Quantas vezes morremos em uma vida só?
Levei alguns anos para nascer.
Em uma sociedade que espera colocar todos dentro de uma caixinha, vamos acumulando faltas… Falta isso, falta aquilo. E como todo excesso esconde uma falta, nos enchemos de excessos, inclusive o excesso de vazio.
Até que um dia, — e esse dia durou anos — mergulhada em um mundo superficial, envenenado e raso, pulei de cabeça e morri. Traumatismo craniano.
Despertou-se. Despertei-me. Troquei de curso, comecei a fazer yoga, percebi a real necessidade das coisas — ou a desnecessidade da maioria delas. Comecei a questionar tudo e todos, rever valores. Foi um caminho sem volta. Eu sabia que seria. Desatei nós e fiz laços.
Conheci meu corpo e minhas vontades. Aprendo todos os dias que minha energia é influenciada por aquilo que como e penso. O que eu como? Uai, comida normal. Normal? Pra quem? Quem foi que definiu o que é normal e enfiou goela abaixo? Inquieta. Inconformada. Ácida. Orgânica. In natura. Cheia de raízes. Simples. Gosto de lugares com alma. Gente de verdade. Comida sem crueldade. E você?